Aprendi a ler antes de ir para a escola. O privilégio de ter uma mãe professora e a aflição por entender as letras me ajudaram nessa jornada.
Uma tarde, minha mãe que já tinha me ensinado o alfabeto ficou impressionada porque li um outdoor quando voltávamos do centro para casa.
De lá pra cá, a leitura impulsionou a escrita e ambas tomaram conta da minha rotina. Mas, essa relação nem sempre é harmônica.
Tenho a impressão que a quantidade exaustiva de informações que recebemos diariamente nos desconecta dos atos de ler e de escrever. A leitura se tornou fragmentada e isso atrapalha a articulação da nossa escrita.
A enxurrada informativa nos empurra para o imediatismo e nos faz perder a capacidade de decantar nossos aprendizados e ter a paciência de redigi-los.
No entanto, o mundo contemporâneo ainda tem muita necessidade de interpretar o seu próprio tempo. Por isso, é tão importante observar, pensar e... ler e escrever. Sem se apressar, mas com solidez e uma certa disciplina. Eu acredito no poder da escrita para expressar ideias sobre o futuro que queremos (ou que nos espera).
Nem todo mundo se sente à vontade nesse processo, mas buscar a ajuda da mentoria de escrita pode ser uma alternativa. Sempre é bom ter uma companhia que nos auxilie em nossas travessias, igual como no passado, quando alguém nos ajudou a ler as primeiras letras e escrever as primeiras palavras.
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