quando eu morrer, quero que todos chorem e ouçam fado. quero que escureçam a sala e dancem passos a esmo. quero que fumem cigarros e bebam conhaque. quando eu morrer, quero que todos riam de desespero, de dor curada na pior das bebedeiras. e antes da ressaca, madrugada que já sou morta, quero que todos balburdiem sobre o meu caixão para que eu não fique fadada ao silêncio eterno.
quando eu morrer, quero que todos riam e ouçam jazz. quero que abram as cortinas e dancem sincronizados. quero que fumem charutos e bebam vinho. quando eu morrer, quero que todos chorem de alívio, de contentamento regado às melhores bebedeiras. e antes da ressaca, amanhecer que já sou morta, quero que todos durmam sobre o meu caixão para que eu não fique fadada à memória eterna.
~2015 ou 2016~
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