Uma coisa que eu acho bem bonita (e inteligente) é quando aceitamos suportar linguagens que não são as nossas de conforto para que seja possível viabilizar uma interlocução. Se entregar a isso parece ser um esforço muito sutil e delicado, como também é uma possibilidade e tanto de se conectar ao outro. Um desembarque numa linguagem qualquer, sem juízo de valor e coisa e tal, em que respeitamos suas próprias dinâmicas. Essencialmente um movimento de ouvir mais do que tudo. Algo como oferecer o corpo à experiência: se deixar levar por algo estranho - que não se sabe o que é ou que até preferimos refutar - para vê-lo de bem perto. Não como um movimento exploratório, mas contemplativo, em que seja possível uma interlocução menos ruidosa; um lugar de encontro que nos junte outra vez.


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