mergulhar na experiência, oferecer o corpo ao desconhecido, entrar na cena do outro. é como se a coerência fosse alguma coisa que só existisse antes e no fim, mas se rompesse bem no meio do caminho. o contato que faz transbordar algo bem familiar na ausência de quem somos. ou como perceber aquilo que é oculto ao mesmo tempo que íntimo, mas que só ganha contorno na presença do outro. um repetir e repetir e repetir porque alguma coisa permanece aberta, ou suspensa por um fio de memória, ao longo de uma vida toda. é quando o corpo se rende à amnesia para se livrar do que, agora, podemos ver. um movimento que revela essa percepção ausente sobre quem se é, enquanto imaginávamos saber tudo sobre nós mesmos.
Comments fornecido por CComment