Observo daqui de dentro uma roseira, pequena e solitária, que insiste em brotar. Reconto, no meu silêncio, o tempo das flores. A roseira resiste ao calor, suporta o frio, e não descansa com o vento impiedoso deste lugar. Às vezes, parideira, floresce em mil pétalas numa manhã de primavera amena. Hoje não, porque a brutalidade desta ventania só lhe deixa viver em botão. Olho de novo, e brindado por um raio de sol, aquele botão, filho dileto, tenta vencer a hostilidade da estação, se abrindo, pequenino, para tudo que está por vir. Como a flor que brota no asfalto, a roseira deixa-se ver pela a cor da pequena rosa que insiste em brotar.


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