as palavras absolutas inexistem. sempre estão a revelar um estado do agora sem permanências que as cerquem. mais que isso, tentam fazer do agora alguma coisa que ele nem mesmo é. as palavras gravam na história algo que nunca dimensiona com precisão um ato ou um espírito do tempo. amor, encontro, comoção, guerra, violência, solidão: palavras que significam tanto, mas se perdem ao expressar o que acontece nas camadas mais profundas de qualquer um de nós. as palavras são insuficientes para contar sobre a jornada de uma vida inteira ou mesmo para registrar este instante em que elas saltam da tua boca. são incapazes de dizer a verdade que nos esforçamos para (não) enxergar. escolhemos cada palavra na tentativa de nos escondermos de nós mesmos. as palavras são um disfarce; o silêncio delas, sim, dizem tudo que precisamos saber.


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