2022 não foi um ano fácil, não é mesmo? De todo modo, consegui chegar a reta final de uma temporada vivida com dignidade e respeito àquilo que me é caro.
Para mim, foi um ano de aprendizado e, sobretudo, de muita resiliência. Conquistar pequenas vitórias e sedimentar pequenos passos em direção a um certo equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Uma meta ainda distante, mas que é o início de um novo processo de amadurecimento. Fiz o que pude, de um modo mais lento e silencioso, mas foi a forma de me manter com a mente e o corpo em sintonia.
Algumas experiência me marcaram neste ano. Foi o fechamento de uma fase, que iniciei com o mestrado, com a publicação da minha pesquisa sobre práxis jornalística e pela participação como pesquisadora no Perfil da/o Jornalista Brasileira/o. Duas etapas de estudo e aprofundamento que fortaleceram meu trabalho e me mostraram que quero seguir pelo caminho da pesquisa, mas com tranquilidade e a seu tempo.
Também vivi momentos de grande aflição, a perda de um amigo e colega de trabalho me fez experimentar o luto em dimensões diferentes. Ainda quero escrever sobre essa experiência. Ela diz sobre o impacto emocional da perda de alguém no cotidiano de trabalho e o adoecimento psíquico que pode causar em uma equipe.
Como mentora de escrita, pude participar de um projeto de formação para ativistas, numa oportunidade oferecida pela Associação Estrela Guia. Realizamos a primeira edição de uma oficina de escrita autobiográfica para mulheres trabalhadoras sexuais e comunidade LGBTQIA+. A experiência me trouxe muito mais do que eu podia esperar: conhecer pessoas geniais e participar da criação de textos vibrantes, tudo o que eu mais gosto nesta vida! Em janeiro, começaremos uma nova turma.
Em 2022, aprendi a silenciar sem comprometer minha expressividade. Convivi mais com as pessoas e menos com as imagens em redes sociais, embora muitas conexões aconteçam pelo mundo virtual.
Foi um ano de uma escrita menos comprometida, propensa a refletir mais sobre algo que seja interno e original. Não que eu tenha me individualizado, mas me permiti escrever mais sobre sensações do que conjecturar pela palavra.
Para 2023, espero mais proximidade, mais diálogos e parcerias que valham a pena, porque são as pessoas que nos ajudam amadurecer. As experiências que acompanhamos são tão importante quanto as nossas próprias, afinal, é na troca que o aprendizado acontece.
A esperança é uma palavra para 2023: por novos encontros e por novas oportunidades que nos façam pessoas melhores. Um céu azul sempre está posto atrás de tantas nuvens. Vis la vie!
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