era a primeira madrugada do inverno e a noite parecia uma flâmula de fumaça sobrepondo as embarcações.

sozinho na enseada, exausto, colecionava silêncios entre os dentes. encolhido nas frestas do caminho, dormiu sem esquecer.

sonhou com o entardecer em alto mar. as novas descobertas e a promessa de voltar para a casa. nada o podia deter. 

o céu agora era uma esteira de luzes apontando para uma nova rota: desconhecida e inavegável.

mas, a ventania não o deixava dormir, vestia os seus ombros. o destino indo embora - solto à própria sorte. o caminho sem volta para dentro de si mesmo.


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