névoa e náusea esfumaçam o sótão

embriagam as virtudes 

enquanto sufocam as palavras 

dançam entre a boca e o umbigo

por onde trafegam soluços e úlceras

regurgitando cinzas e sapos

 

o sótão esfumaçado provoca

lascívia e moral alucinantes

dilata as retinas e ri

 

 

 

Escrever um comentário (0 Comentários)

a cor da noite é invisível 

quando cai sobre a retina

como pálpebra em pleno voo

rasgando céu sem horizonte

chuva silenciosa que cria leitos 

salga a terra e o vulto no espelho

 

 

Escrever um comentário (0 Comentários)

a flor de hibisco

pétala morta

no abismo da louça

dissolve o veneno da manhã

as palavras, por si mesmas, se exaltam

como sopro quente nos ouvidos

fazem tremer a xícara na mão

Escrever um comentário (0 Comentários)

o vigor velado da palavra

não apaga a dor do tempo

nem névoa lavanda

ou mil campos imaginários

ladeados de verde - o frescor da promessa 

 

a volúpia forjada pela palavra

incapaz de decifrar a linguagem

incrustada nas camadas de pele e vento

que se inscrevem antes que a palavra seja

Escrever um comentário (0 Comentários)
Carregar mais