a vida é um cavalo de batalha intercalando piqueniques e festas de aniversário. é noite de tempestade esperando tardes ensolaradas e mergulhos no mar gelado. eu acho que ela pode ficar um pouco menos complexa quando a gente aceita ouvir as vozes invisíveis que falam de dentro pra fora.
a interlocução pra dentro de si compromete a gente, mas também liberta do orgulho (ou pelo menos tenta). enquanto se é cética consigo mesma, há sempre um traço de imaturidade e soberba que nos leva a uma revolta desmedida. bom mesmo é ir entendendo as coisas em conjunto. mundo lá fora, mundo aqui dentro; tempestade e piquenique.
essa conexão é bem mais sutil do que crenças em deus ou nos astros. há um ser sociológico solitário, individualista, dentro da gente que interage com aquilo que a gente é e nem sabe. às vezes, temos vergonha de assumi-lo (o moralismo berra no nosso ouvido); outras temos medo de aceitar as nossas fragilidades (mas, todas continuam ali, pra quem quiser ver!).
eu gosto de dar o tal mergulho na água salgada e gelada: o olho arde, o corpo treme, mas abre os brônquios, faz a gente respirar de novo.