a palavra está desalinhada no caos do meu sossego

foge da assertividade de quem tem pouco a dizer

nunca imaginei a palavra muda enquanto a injustiça goteja

sobre a gritaria costumeira lá fora

a palavra se debate no mar do meu silêncio

e é livre para desenhar qualquer coisa: inconsciente e volúvel

como quem não teme a si mesma.

 

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Conhecer a si é um processo que requer coragem: permitir abrir as ideias para o desconhecido que nos habita e assumir que, nem sempre, somos aquilo que pensamos ser.

Olhar para dentro não é fácil, mas pode nos fazer descobrir que a raiz bruta e profunda é também a flor que emana beleza. Olhar para si é um processo duro como aquele que faz brotar a vida depois da tempestade, carregando consigo a delicadeza do corpo que dança com o vento. Tudo é uma questão de se deixar levar pelo movimento que a vida nos oferece.

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Escrevo e apago.
 
Há três horas estou tentando escrever. Abri um capítulo para transformá-lo em artigo. Não deu. Então, me desafiei a escrever um texto que fizesse sentido para esse momento. Que pudesse refletir o meu estado de espírito e me reconectasse. Qualquer esforço me pareceu inútil. Respirei fundo, abri outra página e procurei em mim um desabafo que eu pudesse materializar em nomes comuns; um verso que localizasse um desejo disfarçado de dor muscular. Em vão. Por hoje, desisti.
 
Parece que as palavras também precisam de silêncio: descansar enquanto reconsideram seus significados. Hoje deixei que as palavras dissessem sem excessos ensurdecedores. Apenas o possível a ser dito. Sem exigências.
 
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escrevo por gosto e vício,

desejo rarefeito pelas

palavras dissuadidas 

feito saliva na ponta da língua.

escorregadio, o texto

salga a pele 

desenhando o indizível

enquanto tudo se repete

 

 

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