O azul das águas molda a vermelhidão das rochas. Não se sabe, ao certo, quando tudo começou ou se, uma dia, haverá um fim. Só conhecemos essa harmonia que conecta movimento e solidez: a vida petrificada que se conserva na impermanência.

O mar e a rocha se modificam enquanto se repetem. As águas dançam sobre as pedras ensolaradas enquanto o tempo faz questão de continuar.

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Escrever tem a ver com aquilo que nos aciona. Pode ser sobre um pequeno movimento que locomove alguma coisa dentro da gente. Ou sobre aquilo que a gente vê, deixa passar despercebido, mas não apaga.

Escrever pode ser simples. Uma gota de chuva na pétala que, despretensiosamente, mobiliza uma memória ou mesmo uma sensação de presença; aqui e agora.

Uma palavra disposta a desembrutecer a gritaria inaudível de nosso tempo.

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a palavra está desalinhada no caos do meu sossego

foge da assertividade de quem tem pouco a dizer

nunca imaginei a palavra muda enquanto a injustiça goteja

sobre a gritaria costumeira lá fora

a palavra se debate no mar do meu silêncio

e é livre para desenhar qualquer coisa: inconsciente e volúvel

como quem não teme a si mesma.

 

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Conhecer a si é um processo que requer coragem: permitir abrir as ideias para o desconhecido que nos habita e assumir que, nem sempre, somos aquilo que pensamos ser.

Olhar para dentro não é fácil, mas pode nos fazer descobrir que a raiz bruta e profunda é também a flor que emana beleza. Olhar para si é um processo duro como aquele que faz brotar a vida depois da tempestade, carregando consigo a delicadeza do corpo que dança com o vento. Tudo é uma questão de se deixar levar pelo movimento que a vida nos oferece.

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