ficção
a delicada presença do agora
tateada pela aspereza das mãos
a pele fina percorrida
pela sutileza do lábio
a silhueta da fruta que
amanhece encharcada
pelo orvalho e suor
da noite que precede
a claridade do teu adormecer
a delicada presença do agora
tateada pela aspereza das mãos
a pele fina percorrida
pela sutileza do lábio
a silhueta da fruta que
amanhece encharcada
pelo orvalho e suor
da noite que precede
a claridade do teu adormecer
hablo con tu silencio
conspiro un dolor sobre tu pelo en mi mano
el silencio tiene una sonrisa que cambia mis sueños
abre mis ventanas me hace un grano de viento
el silencio habla de mujeres y hombres
del pasado sin color que se quedó detrás de la cortina
y me hizo a caminar
sou calango neo-pós-moderno
caminhante da desilusão
um cascalho solitário
transeunte na imensidão
componho minha renda
desejo minha própria dor
ausente de companhias
só prego auto-amor
trança no rabo do cavalo
mandinga de senhoras invisíveis
lavadeiras de fonte
voadeiras de vassoura
fiandeiras de trama e de renda
dispensam mapas
gargalham no silêncio da noite
perambulam pelos costões
maculam os sambaquis
sobrevoam a ilhota
a garganta e o milharal