palavra na pétala
a flor de hibisco
pétala morta
no abismo da louça
dissolve o veneno da manhã
as palavras, por si mesmas, se exaltam
como sopro quente nos ouvidos
fazem tremer a xícara na mão
a flor de hibisco
pétala morta
no abismo da louça
dissolve o veneno da manhã
as palavras, por si mesmas, se exaltam
como sopro quente nos ouvidos
fazem tremer a xícara na mão
o vigor velado da palavra
não apaga a dor do tempo
nem névoa lavanda
ou mil campos imaginários
ladeados de verde - o frescor da promessa
a volúpia forjada pela palavra
incapaz de decifrar a linguagem
incrustada nas camadas de pele e vento
que se inscrevem antes que a palavra seja
a delicada presença do agora
tateada pela aspereza das mãos
a pele fina percorrida
pela sutileza do lábio
a silhueta da fruta que
amanhece encharcada
pelo orvalho e suor
da noite que precede
a claridade do teu adormecer
hablo con tu silencio
conspiro un dolor sobre tu pelo en mi mano
el silencio tiene una sonrisa que cambia mis sueños
abre mis ventanas me hace un grano de viento
el silencio habla de mujeres y hombres
del pasado sin color que se quedó detrás de la cortina
y me hizo a caminar