desimportante
uma órfã de palavras
bastardo, o sentido sem argumento
apenas um desnível
em que a língua
nem precisa mais estar aqui
as letras de uma literatura trêmula
que batem asas
no compasso de um frame
a luz que resseca a retina
um tempo sobre o cadafalso
aquilo que olha e que vê
e lá se vão
olhos pele musculatura
o dó de si mesma ou
uma nova tentativa de se repetir
pela desimportância do que quer que seja
nascer e morrer de novo é sempre simples assim.