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tanta coisa ficou por dizer que agora nem interessa mais. sobrou esse descontentamento silencioso fantasiado de alegria exagerada, quase furiosa. parece pouco, mas rir já é alguma coisa: uma gargalhada ressonante fatia o reflexo no espelho - hordas de eus entorpecidos pela contenção. a falta do que fazer deixa inerte o sentido da palavra. é uma gritaria que se empapuça na paranoia, enquanto convulsiona com a realidade. vibramos com as falsas concordâncias enquanto esperamos eternamente sem nos acostumar. é sempre o mesmo imediato obrigando quem tem fome a fazer qualquer coisa; ou o mesmo reflexo no espelho fatiado pela falta de tudo. mas só por hoje, ninguém mais chora; gargalharemos entre os escombros das cidades perdidas mesmo que ainda chova sobre as nossas cabeças.